Distúrbios respiratórios do sono: da infância à terceira idade

Os distúrbios respiratórios do sono são doenças de grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. As mais frequentes são a apneia obstrutiva do sono e a hipoventilação da obesidade.
A apneia do sono nada mais é que uma interrupção da respiração durante o sono por 10 segundos ou mais e geralmente ocorre repetidas vezes durante o sono. A apneia pode ser presenciada por alguém que dorme ao lado do paciente, mas pode passar desapercebida. O ronco geralmente acompanha a apneia obstrutiva, e em geral é mais facilmente percebido pelo familiar ou parceiro.
Segundo o dr. Pedro Genta, médico assistente do Laboratório do Sono do InCor, HCFMUSP, e membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), a apneia obstrutiva é muito comum em pacientes de todas as faixas etárias, principalmente nos idosos.
Outro distúrbio respiratório do sono, a hipoventilação da obesidade, é caracterizada pela obesidade associada a níveis aumentados de gás carbônico no sangue arterial. É comumente acompanhada de redução da oxigenação arterial e falta de ar.
Causas
– Nas crianças, a hipertrofia das amígdalas e das tonsilas palatinas, estruturas localizadas entre o nariz e a garganta, que auxiliam na defesa do organismo contra infecções, são os maiores fatores para que os distúrbios respiratórios do sono sejam desencadeados.
"O déficit de crescimento e desenvolvimento e o baixo rendimento escolar infantil podem estar relacionados às doenças. Nos casos mais graves, podem acarretar insuficiência cardíaca".
Já entre adolescentes, adultos e idosos os sintomas mais comuns da apneia obstrutiva do sono são o ronco, dificuldade de concentração, falha na memória e sonolência. A hipertensão arterial e doenças associadas, como acidente vascular cerebral, insuficiência coronariana e arritmias, estão associados à apneia obstrutiva., desencadeando. Há evidências também que a apneia obstrutiva possa aumentar o risco de diabetes.
"Homens adultos são os mais afetados. Esta prevalência masculina é equilibrada à medida que avança a idade, pois a menopausa aumenta a incidência nas mulheres", afirma dr. Pedro.
Tratamento
– Na infância predomina o tratamento cirúrgico, com a extração das amígdalas e das tonsilas palatinas. Para os adultos e idosos, o tratamento pode ser realizado a partir de um dispositivo de pressão positiva (CPAP) utilizado durante o sono. Um aparelho ortodôntico para avanço da mandíbula é uma boa alternativa para alguns pacientes, principalmente aqueles com gravidade leve ou intermediária da doença.
"A perda de peso também pode fazer uma grande diferença naqueles com excesso de peso, já que a obesidade é o principal fator de risco para a hipoventilação da obesidade e da apneia obstrutiva."

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