Qualidade de vida é um tema que rende muitos debates. Sabemos que não se restringe a classe social, faixa etária, renda, sexo, religião ou qualquer outra variável, porém a dificuldade surge ao se buscar uma definição padrão, justamente por envolver a percepção do que cada um acredita ser a sua qualidade vida. Criteriosamente não há consenso quando se busca compreender, definir ou até mesmo explicar esse termo, no entanto, para entender o que é qualidade de vida, deve-se levar em consideração o que cada um acredita ser necessário para viver melhor.
Tem sido comum ouvir as pessoas dizerem que não têm tempo ou que a vida está "corrida", seja para fazer um exercício físico, caminhada, andar de bicicleta, seja para visitar amigos e conhecidos, sair com a família, passar um tempo em casa de papo por ar, descansar, divertir-se, viajar, fazer refeições balanceadas com calma diariamente, atitudes que, enfim, parecem comuns.
Na nossa sociedade, o tão falado desenvolvimento parece que nos irá atropelar se não corrermos. Assim, uma questão emerge: Aonde queremos chegar? Atualmente, em muitas situações, encontramos pessoas doentes por excesso de trabalho e que, por tanta ambição, chegam a perder-se em meio aos tantos desejos materiais.
Existem pessoas que não conseguem mais se relacionar com outras e passam a considerar normal o isolamento; outras já perderam o controle e o equilíbrio de seu estado psicológico após tanta (de)pressão. Há também aquelas que tomaram atitudes drásticas, como o suicídio, por se sentirem frustradas em não conseguir administrar a própria vida. Já outras não conseguem firmar-se em um relacionamento afetivo sério e duradouro. Ainda há as estressadas ou então nervosas de tanta preocupação e ansiedade, além das que, ao invés de se preocupar com a saúde, se alimentam mal em razão do pouco tempo que têm disponível. Acrescentem-se aquelas que estão se matando com o uso de drogas, ilícitas ou "lícitas", como álcool e cigarro, pois veem o uso dessas substâncias como uma fuga da realidade ou popularmente dizendo uma forma de "se desestressar". Enfim, pessoas que correm o dia todo na intenção de realizar algo e ao final do dia têm a sensação de não terem feito nada.
O objetivo desta reflexão não é tipificar pessoas ou então criticar como cada uma tem vivido seus dias, pois tal argumentação seria interminável. O fato é que não podemos negar que ter um tempo para dedicar-se a si mesmo faz parte do viver bem, é necessário; melhor ainda se for verdadeiramente aproveitado.
Se compararmos o atual momento ao passado, podemos dizer que melhorou, porém ainda vemos uma limitação nas opções de lazer sadio. Assim, não há uma regra, mas sim uma escolha de qualidade de vida. Fazer aquilo que nos dá prazer, que nos traz felicidade e que é saudável não pode ser sempre repensado ou reprogramado. Vivemos pensando no amanhã e acreditando que as coisas podem ficar para depois, porém isso não é uma certeza, até porque hábitos saudáveis e o bem-estar atuais resultarão em uma vida mais duradoura amanhã.
*Karla de Oliveira Leite: – Acadêmica de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas (MS). k_arla_oliveira@hotmail.com
*Renata Gama e Guimaro Moura: – Administradora e Professora da UFMS – Campus de Três Lagoas (MS). rmoura@cptl.ufms.br

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