Trabalho realizado

Reginaldo Villazón
O alemão Alfred Lothar Wegener (1880 – 1930) foi um cientista brilhante e um homem extraordinário. Como cientista, realizou trabalhos nas áreas de astronomia, meteorologia, geografia, geologia e geofísica. Seu nome está ligado à explicação da origem dos continentes. Como homem, morreu aos cinqüenta anos na Groenlândia – vencido pelo frio –, no regresso de uma expedição de salvamento a um grupo de colegas cientistas.
No seu tempo, havia suspeita entre os estudiosos do planeta de que há milhões de anos os continentes eram ligados por faixas de terra ou eram bem próximos. Não havia elementos plausíveis para dar consistência a esta suspeita. Em 1915, Wegener publicou o livro "A origem dos continentes e oceanos" sobre o assunto. O livro provocou polêmicas e teve outras edições publicadas em 1920, 1922 e 1929.
Wegener expôs sua idéia, que ficou conhecida como a teoria da Deriva dos Continentes. Ele imaginou o planeta Terra, até há 200 milhões de anos, tendo na sua superfície apenas uma grande massa continental e ao redor uma extensa massa oceânica. Ao supercontinente ele chamou Pangéia (do grego, pan = toda, géia = terra). Ao extenso oceano ele chamou Panthalassa (do grego, pan = toda, thalassa = vinda do mar). Daquela época para cá, a Pangéia teria se dividido em continentes, que se distanciaram lentamente nas águas da Panthalassa. Desta forma teriam se formado os continentes e oceanos, como conhecemos hoje.
Para sustentar a teoria, Wegener apresentou vários fatos reais, mostrando que os atuais continentes têm muita coisa em comum, como se antes fossem juntos. Alguns exemplos. A costa leste da América do Sul e a costa oeste da África (dois continentes separados pelo Oceano Atlântico) têm formas que se encaixam perfeitamente. Fósseis de seres vivos da mesma espécie foram encontrados em continentes distantes. Sedimentos minerais acumulados sob condições semelhantes foram encontrados em continentes diferentes. Formações rochosas de um continente tinham continuidade em outro continente.
Apesar dos fortes argumentos, Wegener não soube dizer qual era a energia capaz de mover os continentes a milhares de quilômetros de distância e como isto acontecia. Por esta razão, muita gente duvidou dele e houve quem fizesse piadas. Sem se abalar, ele disse com serenidade: "A ciência é um processo mais longo que a vida humana. Quando alguém morre, outro ocupa ou seu lugar. O que importa é que alguém tem que realizar o trabalho."
Depois de Wegener, a ciência evoluiu muito. Pesquisas realizadas com instrumentos de alta tecnologia – em terra, mar, ar e no espaço exterior – comprovaram a teoria da Deriva dos Continentes. Os cientistas descobriram que a crosta terrestre é uma camada sólida descontínua e desenvolveram a teoria das Placas Tectônicas, as enormes chapas rochosas sobre as quais estão os territórios e oceanos.
Hoje, a crosta terrestre é bem conhecida e as regiões sujeitas a tremores de terra, abalos sísmicos, terremotos e vulcões são bem mapeadas. O Brasil está localizado no centro da Placa Sul-Americana, que tem 32 milhões de quilômetros quadrados e até 200 quilômetros de espessura. Por isto, o Brasil é pouco afetado por terremotos e não tem vulcões ativos. Este é um motivo importante para que os brasileiros cuidem bem do seu país.

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