Editorial

Sob nova direção
Eunice Mistilides Silva (PTB) tomará posse na chefia da Prefeitura de Jales em 1° de janeiro de 2013, de acordo com a Constituição Federal, para cumprir a gestão 2013/2016, deixando para trás oito anos de governo do Partido dos Trabalhadores. Pela vontade popular, vai haver uma guinada na direção dos negócios municipais.
Em 2004, Nice concorreu pelo PSDB (sem coligação) e amargou um quarto (e último) lugar com 4.302 votos. Em 2008, mais forte, concorreu pelo PTB (numa coligação de três partidos) e ficou em segundo lugar com 9.992 votos. Em 2012, pelo mesmo PTB (numa coligação de nove partidos) e na companhia do vice, Dr. Pedro Manoel Callado Moraes (PSDB), venceu o pleito com 13.153 votos.
Cientes de que o desenvolvimento é uma necessidade de sobrevivência, os jalesenses almejam dias melhores e se perguntam: "Nice fará um bom governo?" Não existem motivos determinantes, bons ou ruins, para antecipar como será o novo governo. Ótimo é que Jales não tem fatores físicos limitantes ao seu desenvolvimento.
Nice foi eleita pelo povo, não pela coligação de nove partidos: PRB, PDT, PTB, PSL, PSC, PSDC, PRP, PSDB e PSD. Esses partidos, de bases políticas locais limitadas e escassos estudos sócio-econômicos regionais, não podem ajudar muito o novo governo. Mas seus defensores podem dificultar Nice em adotar posturas políticas e administrativas eficientes.
Outra questão é a situação fiscal da prefeitura. Dados oficiais indicam que 3% das prefeituras brasileiras estão em situação excelente e 33% em situação boa. Mas 44% estão em situação difícil e 20% em situação crítica. Uma das causas de desequilíbrio financeiro e endividamento da maioria delas (64%) é a sucessão de gestões fracas. Nice terá que organizar a Prefeitura de Jales para aliviar a situação e tirá-la deste grupo.
As dívidas da Prefeitura – especialmente junto ao espólio Euphly Jalles, IPREM e INSS – devem ser encaradas como um legado que precisa e pode ser extinto. Erraram os prefeitos que não as enfrentaram. Diz o ditado: "É melhor ser pobre do que ser doente". Para Jales, é melhor pagar estas dívidas do que ter um rio que inunda a cidade todos os anos.
No Brasil, os doze moderníssimos estádios de futebol construídos sob as normas da FIFA, que serão usados na Copa do Mundo de 2014, vão rebaixar os tradicionais estádios a sucatas. O público vai perder o gosto de freqüentar estádios antigos. Em Jales, o Estádio Municipal Roberto do Valle Rollemberg está neste rol. Ele ocupa o espaço de duas quadras numa área residencial nobre da cidade, não tem estacionamento, está defasado em arquitetura, conforto, tecnologia e ecologia. Produz despesas à Prefeitura e oferece pouco uso. Impede as ligações da Rua 15 à Rua 24 e da Rua 22 à Avenida Francisco Jalles.
Não compensa prepará-lo ou reformá-lo, com recursos próprios ou do Estado, para sediar com qualidade os Jogos Regionais, como vai acontecer em 2014. Nem para abrigar uma equipe de futebol profissional na quinta divisão do campeonato paulista, com umelenco de trinta pessoas e um gasto mensal de R$ 40.000,00. Compensa, sim, a Prefeitura desfazer-se do estádio e obter uma boa quantia de dinheiro.
Há várias formas de fazer isto. Basta escolher uma bem vantajosa. A Prefeitura poderá usar os recursos no pagamento de dívidas, no equilíbrio das finanças, no melhoramento do trânsito, num abono aos funcionários nas negociações salariais. Numa época mais oportuna, menos difícil, a Prefeitura poderá construir um estádio municipal menor e melhor, numa área apropriada, ótimo para torneios de esporte amador.
Para a prática do futebol pelas equipes amadoras do municpio existem os campos de futebol da Fepasa,do jardim Paraíso e o hoje sendo inaugurado Campo deFutebol "José Gatti", próximo a Facip.
A prefeita Nice deve conduzir a população no rumo do desenvolvimento, pensando no tamanho e na qualidade ideais de novos empreendimentos culturais, desportivos e recreativos destinados a uma comunidade de 50 mil habitantes, sede de comarca e pólo microrregional. Deve refinar sua competência política para estimular e utilizar os esforços do vice-prefeito, dos vereadores, líderes políticos, empresariais e sociais, voltados para o bem-comum.

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