O eterno amor

Adelvair David
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Embora relute sempre, neste sentido, o homem necessita amar porque esta disposição faz parte da essência da sua alma.
O amor como é entendido pelo homem moderno, acostumado a ter tudo o que imagina atendido pela tecnologia, guarda relação com a satisfação dos seus desejos em relação ao que o outro pode lhe dar, em correspondência aos anseios. Porém, o que se observa é que apesar de todos os esforços que faça na direção deste entendimento, quanto mais recebe, mais vazia se percebe a criatura humana. Anuncia a canção atribuída ao poveretto de Assis: "é dando que se recebe", demonstrando sem dúvidas que o que faz bem não é o que se recebe, mas sim o que se dá, portanto, só é feliz aquele que ama, firmando o conceito de quem se dispõe amar o outro, consequentemente desenvolve grande apreço por si mesmo, tornando-se inevitavelmente mais feliz.
O brilhante Leon Tostoi afirma: "O homem ama, porque o amor é a essência da sua alma. Por isso não pode deixar de amar".
A felicidade no sentido do amor é busca tão ávida quanto à do alimento quando se está faminto. Se pela falta do segundo perece-lhe as forças físicas, pela falta do primeiro falece-lhe todas as possibilidades de prosseguir vivendo. Sem amor o homem morre para a vida que lhe abriga. Tanto quanto a planta que não recebe água, que murcha até o seu irremediável definhamento, aquele que carece de amar embora realize muitas coisas e seja até notado nos pódios das ilusões, secará até que a ressequidão lhe seja insuportável, quando então buscará o amor que lhe é essência. Afirma Fénellon que "o amor é de essência divina", sendo assim, mesmo que acredite o contrário, o homem não pode viver sem Deus e, descobrirá mais cedo ou mais tarde.
Não foi por outro motivo que o meigo Senhor acrescentou aos mandamentos da Lei. "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Amor que faz o grande se tornar pequeno para se aproximar do fraco, e faz o fraco se tornar forte para apoiar o grande afim de que ele prossiga batalhando pelos seus nobres ideais. Assim ensinou o mestre.
A lição ainda é a mesma. Apesar de ter se passado o tempo desde que Ele esteve fisicamente aqui, nós ainda relutamos em atender-lhe os ensinamentos, sendo o mais importante o de amar incondicionalmente. Com o coração cheio de certezas e equívoco solicita o discípulo querido ao Mestre amoroso. "Senhor, quantas vezes devo perdoar ao meu irmão [...] será até sete vezes?". E Ele, com a serenidade do céu límpido e azul de notável beleza, com a mansidão na voz, semelhante ao sussurro do vento que fala à natureza deixando-lhe mensagem de paz aconselhou a Pedro: "eu não vos digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes". Não poderia Ele fazer mais apropriada alusão a um tipo de amor que atende às necessidades de todos os tempos, o de amar perdoando.
O ETERNO AMOR POR OPÇÃO TRARÁ AO HOMEM A JOVIAL DISPOSIÇÃO PARA ENCONTRAR A VERDADEIRA FELICIDADE.

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