O consumo sustentável é viável?

Por Débora Salatino Palomares e Marco Aurélio Batista de Sousa

O planeta está a cada dia em um estado mais crítico, pois todos os atos do ser humano têm provocado impactos ambientais. O consumo exacerbado, a busca frequente por bens de consumo e a exploração de recursos naturais aumenta e põe em perigo a vida no planeta Terra, uma vez que muitos desses recursos são finitos.
O consumo mundial cresce exponencialmente, sendo os recursos naturais extraídos sem a devida consciência de sua importância e das mudanças drásticas que esse ato pode provocar. Segundo estudo do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, foram consumidos US$ 30,5 trilhões em bens e serviços por pessoas no mundo inteiro, sendo 28% a mais do que há dez anos. Só em 2008, 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e o impressionante 1,2 bilhão de telefones celulares foram vendidos no planeta. Com isso, um desafio a ser enfrentado no século XXI é o de consumir de forma sustentável, sem comprometer a qualidade de vida das futuras gerações.
Como o problema consiste no escasseamento dos recursos naturais decorrente da produção de milhares de bens, faz-se necessário debater e discutir a respeito dos problemas relacionados ao meio ambiente e conscientizar a humanidade a respeito do impacto que suas ações podem provocar ao seu bem-estar e ao dos outros, contribuindo, assim, para mudanças de comportamentos.
Preocupados com a degradação ambiental que outrora ocorria de forma isolada, mas que no momento são perceptíveis em todas as nações do planeta, vários países e organizações governamentais têm colocado, em suas pautas de reuniões, assuntos relacionados à sustentabilidade. Assim, oficialmente desde o início da década de 1970, vêm ocorrendo no mundo encontros para tratar desse tema com maior comprometimento. A meta é propor ações que melhorem a qualidade de vida das pessoas e, ao mesmo tempo, promovam a sustentabilidade ambiental, tal como o incentivo à utilização de bicicletas, em detrimento dos automóveis individuais e do transporte coletivo, como também a promoção na qualidade de vida de comunidades carentes mediante a instalação de redes de esgoto e abastecimento de água tratada, dentre outras iniciativas.
As ações voltadas à sustentabilidade normalmente são classificadas com base em três pilares, a saber: o econômico, o social e o ambiental, sendo eles interdependentes. O primeiro implica uma análise ligada à produção, serviços, consumo de bens e de suas distribuições. Já o aspecto social está ligado ao capital humano, ou seja, neste estão inseridas a comunidade local, a sociedade em geral e seus respectivos problemas com educação, violência e lazer. Por fim, o aspecto ambiental relaciona-se ao capital natural de uma empresa ou de uma sociedade, a quem cabe pensar em estratégias adequadas de amenizar os impactos ambientais negativos e compensar os que não são reversíveis. Além desses pilares, há discussões sobre os culturais, os políticos, os tecnológicos e outros.
Questões relacionadas ao meio ambiente não conseguiam ser inseridas na esfera político-econômica, pois interferiam nos lucros de grandes empresas, contudo aos poucos essas questões começaram a expandir-se para o âmbito internacional, o que gerou pressão para que fossem discutidas ações e estratégias que favorecessem o meio ambiente.
Assim, o crescimento do consumo é constante, os recursos naturais são extraídos de formas insustentáveis, provocando danos graves ao meio ambiente. A sustentabilidade veio para amenizar esse problema, sendo divulgada frequentemente pelos meios de comunicação e em conferências, como a Rio+20. Portanto, é necessário que os consumidores mudem seus hábitos, valores e preferências para que as indústrias e o comércio se modifiquem; por conseguinte, os governos devem possibilitar meios para que essas mudanças ocorram.
Débora Salatino Palomares:
Acadêmica do curso de Direito da UFMS – Câmpus de Três Lagoas/MS. E-mail: deborapalomares@yahoo.com.brMarco Aurélio Batista de Sousa: Professor da UFMS – Câmpus de Três Lagoas/MS. E-mail: marcoa@cptl.ufms.br

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