Amálgama impraticável: educação e voto

Por Arthur Carvalho Rodrigues e Marçal Rogério Rizzo
Há tempos se tem criado no Brasil a sensação de que todos os dias uma bomba diferente explode em Brasília. Vemos as investigações da PF, denúncias, escândalos, CPIs e fortunas desviadas para paraísos fiscais... Daí surgem questões como: Cadê o povo brasileiro? Está assistindo a tudo de camarote? É o que parece!
Afirmamos isso porque o volume de dinheiro que vem sendo desviado, ou melhor, roubado, poderia realizar muitos projetos, que afetariam positivamente a qualidade de vida de milhões de pessoas.
Sabe-se que parte da população pensa: "Todo mundo rouba neste país!" ou "Pode até roubar, mas está melhorando!". Estranha realidade, mas é reflexo de um povo que vem sendo adestrado pra não ser crítico. Deve agir como dizem os versos da música de Zé Ramalho "[...] Eh, ôô, vida de gado. Povo marcado, ê. Povo feliz".
Fazendo uma retrospectiva, cabe lembrar que há fatores que levam um país como o nosso a ter tanto malandros desviando dinheiro público. Primeiramente, podemos mencionar que o Brasil foi colônia de exploração dos portugueses, ou seja, toda a riqueza nacional ia para o país colonizador, que explorava nossos recursos naturais utilizando mão de obra indígena e escrava.
Portugal utilizou-se da colônia Brasil como "depósito" para presos, ladrões e desonestos. Há muitas outras passagens históricas que poderiam ser lembradas aqui, mas de lá pra cá a "malandragem" e a desonestidade parece que se vêm tornando cada vez mais comuns.
Na era Lula, os escândalos de grandes proporções tomaram conta dos noticiários, ou seja, milhões e milhões de reais submergiram no submundo da política. Houve até dinheiro na cueca. Foram várias CPIs e investigações e, claro, muitas pizzas indigestas servidas para o povo brasileiro.
A memória curta do povo brasileiro retroalimenta tal ciclo vicioso. O caminho mais curto e viável para o rompimento desse ciclo deveria ser o voto, que tem ligação umbilical com a educação, no entanto não custa lembrar que, no Brasil, boa parte da população é incapaz de resolver questões simples, como operações básicas de matemática, e interpretar pequenos textos.
As péssimas condições de trabalho, a insegurança, a má remuneração, o desânimo e despreparo de parte dos professores se une ao desinteresse dos alunos em aprender.
É, minha gente, infelizmente a profissão de professor não desperta interesse de boa parte da população brasileira por pagar baixos salários. Nos rostos dos professores do ensino público, expressam-se desânimo com a profissão, medo dos alunos, dos pais e do próprio governo, que se comporta como um inimigo da educação de qualidade. Os professores correm risco de morte no exercício de sua função. Veja-se, por exemplo, o caso de Realengo, no Rio de Janeiro, e, mais recentemente, o caso do menino de 10 anos que atirou nas costas da professora no ABC paulista. Com esse cenário que aí está, fica fora de cogitação o voto crítico, já que a educação pública não ocupa seu devido lugar e grau de importância.
Brasil: país sem Educação e, pois, país pra poucos!
Arthur Carvalho Rodrigues:
Acadêmico do Curso de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. Email: arthur_carvalho_rodrigues@hotmail.com Marçal Rogério Rizzo:
Economista e Professor da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. Email: marcalprofessor@yahoo.com.br

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